Criei esse blog durante um congresso para mães empreendedoras. Minha situação era: tinha um bebê de três meses, estava de licença maternidade, tinha data certa para me organizar e voltar ao trabalho, tinha, e tenho, muitas, muitas, muitas idéias na cabeça.
Venho de uma fase muito chatinha, onde me decepcionei com a profissão que escolhi. Amor não paga contas! Mudei de área, conquistei um salário bacana, mas continuei muito infeliz. Há tempos sonhava com o dia que teria meu negócio, mas o medo era (é) tanto que fiquei patinando durante dois anos, paralisada, sem coragem para assumir meu desejo de tomar novos rumos.
Hoje recebi a notícia, através de colegas de trabalho, que
"meu chefe optou pela manutenção do rapaz que me substituiu durante minha licença maternidade". O gerente entende que mão de obra terceirizada é substituível, e que não tem que dar muita satisfação. Uma vez decidido isso, 'eu' não seria mais problema dele. Que eu me entendesse com a empresa que assina minha carteira.
Muito obrigado àqueles (que já eram tidos em alta conta e ganharam mais alguns pontos) que tiveram o cuidado de me preparar para a notícia oficial, evitando assim que eu voltasse da licença para trabalhar e dar com a cara na porta, literalmente. Isso depois de por a neném numa creche, de ter pago a 1ª mensalidade, de ter iniciado período de adaptação e de ter adiantado a introdução de alimentos sólidos na dieta do bebê (os pediatras recomendam que isso seja feito com 6 meses).
Por lei, a gestante tem direito a estabilidade, até o bebê completar cinco meses. O período ainda não expirou, ela completa 5 meses em alguns dias. A empresa 'contratante' ainda não se manifestou, suponho que estejam esperando completar cinco meses e um dia desde minha saída. Me resta agora aguardar a comunicação oficial.
Um lado de mim está aliviado, pois se não tive coragem antes, agora é o momento de voltar a acreditar em mim e voltar a trabalhar com brilho nos olhos. Mas por outro lado, estou chateada, principalmente pela expectativa frustada. De uma hora para outra, passei de "mãe que deixa a criança na creche 12 horas", para "mãe que fica em casa com a criança". Parar de trabalhar para cuidar de filho nunca foi uma opção para mim. E sempre olhei com reservas para quem fez essa escolha, perdoem a minha franqueza, mas a gente julga, sem querer.
Fiz uma escolha, não vou procurar outra alocação em escritório formal. Vou ficar em casa, vou tocar alguns projetos que estavam empoeirados esperando coragem; vou curtir a minha pequena, sem ter que apressá-la para acordar, para comer sólidos, para se socializar.
Ainda é tudo novo, meus desafios mudaram:
- Organizar meu tempo;
- Organizar meu espaço para produzir com qualidade em casa;
- Aprender a precificar meu trabalho e não ter vergonha de falar de dinheiro com clientes;
- Aumentar o compromisso com minhas metas pessoais;
- Pagar as contas sem ter um salário fixo no final do mês;
- Enfrentar o medo do próximo passo.
Com o apoio do maridão e da mamãe (fofa!!), tudo vai dar certo.
Vamos com medo, mas vamos!