segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Sobre tomar decisões e ficar em paz...


Há muito tempo, uma chefe dizia que ‘ter filhos é conviver com a culpa’, eu ria, mas hoje consigo entender o que ela falava! A culpa e a cobrança começam no minuto do nascimento: parto normal, mamou na primeira hora, tomou anestesia, mamou, tomou leite, foi para a creche, ficou em casa, deu antibiótico, deu comida, continua mamando... e por aí vai.

Fiz a opção de manter minha filha na creche. Junto dessa decisão, veio  o relacionamento com outros pais, dos coleguinhas da creche da minha pequena. Criamos um grupo de whatsapp, para que as mães e pais se conhecessem e trocassem ideias sobre o momento que está todo mundo vivendo, a grande maioria,  são pais de primeira viagem. Rapidamente aprendi que o desafio de trocar informações de forma saudável e isenta esbarra  em questões não declaradas, e que permanecer em um grupo de pais envolve sabedoria, paciência, envolvimento cauteloso.

Tive alguns problemas com a direção da escola. Questionei algumas práticas, levantei bandeira junto a outros pais, redigi um documento expondo os questionamentos colocados no grupo. Na hora de assumir, assinar e levar para a escola, tive poucas adesões. Mas mesmo assim levei o assunto adiante. A escola me deu uma resposta simplória. Não se falou mais sobre o assunto.

A postura da escola me deixou mais enfurecida ainda. “Se quiser tirar sua filha, tudo bem, até liberamos você do pagamento da taxa de cancelamento do contrato”. Chorei de raiva e cogitei seriamente buscar outra escola. Procurei outras escolas do mesmo padrão, mas equilibrar horário, atividades, cuidado com as crianças, estrutura e preço não é uma equação fácil. Apesar de tudo, entendi que ali ainda era a melhor opção para mim.

É comum que os pais tenham insatisfações ou que relatem alguma situação ‘revoltante’: mordidas, assaduras, machucados não informados, etc. Mas é impressionante como a pauta do “é um absurdo, vou tirar meu filho da escola” vai e volta, que nem iô-iô.


Naquele momento que fiz a escolha de mantê-la na escola, eu ponderei muito se conseguiria lidar com a falta de diálogo e inflexibilidade da direção. Não é fácil. O exercício de filtrar o que é importante e o que pode ser tolerado é grande, contínuo, diário. Entendi que minhas críticas estavam ligadas a uma administração que não vai mudar.  Portanto, se eu escolhi permanecer ali, deveria assumir a escolha e tentar seguir em paz com ela. 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Segurança do bebê na cadeirinha

Se antes ela ficava tranquila na cadeirinha do carro, de uns dias para cá começou a chutar e reclamar quando colocamos ela no assento: fomos olhar o tamanho limite da cadeira, e constatamos que nossa bebê cresceu! Já está na hora de trocar a cadeirinha. Segue abaixo algumas orientações, da ONG Criança Segura para saber qual 'dispositivo' usar, para garantir a segurança das crianças:




Importante!

- Adquira sempre produtos certificados conforme normas européias, americanas ou brasileiras (selo do INMETRO).

- Para identificar um modelo certificado: Procure, na embalagem ou no produto, o "selo do Inmetro", que é a marca de conformidade do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade – SBAC. Muitos vendedores desconhecem essa informação.

- Crianças soltas no banco de trás estão sujeitas a riscos muito maiores de lesões graves e morte. Em uma freada brusca a 50Km/h, uma criança de 10kg, peso normal para uma criança de 1 ano de idade solta no banco de trás pode ser arremessada para a frente do carro com um peso correspondente a 250kg.

- Crianças não estão seguras quando colocadas no colo de um adulto, mesmo no banco traseiro. Em caso de acidente, o adulto pode prensá-la contra o painel ou banco dianteiro, com graves conseqüências.

- Não reutilize cadeiras de segurança que já estiveram em um acidente de carro


Para mais informações, acesse: http://criancasegura.org.br/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Educar pressupõe desagradar a criança

http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2015/12/educar-pressupoe-sempre-desagradar-a-crianca-diz-psicologa-rosely-sayao-4933719.html

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O culto a criança de nossos dias

Achei esse texto sensacional! muito válida a reflexão...

"Crianças são sagradas". "Tudo de melhor para elas". Expressões como estas às vezes são cansativas. Digo isso como pai, ex-criança e futuro avô. Será que é necessário deixar de amar tanto as crianças? Será que não é a hora de tratá-las como seres humanos?

O culto às crianças surgiu em nossa civilização há uns 50 ou 60 anos. E em muitos sentidos, é o mesmo fenômeno artificial do Papai Noel que vemos todos os anos nos comerciais da Coca-Cola. As crianças são a ferramenta mais poderosa para promover o consumismo. Cada centímetro quadrado do corpo de uma criança, sem mencionar os litros cúbicos de sua alma, há muito tempo está dividido entre fabricantes de bens e serviços. Obrigar um ser humano a amar a si mesmo com um amor tão desenfreado, é um desafio moral e ético muito complexo. Mas fazer com que se ame desta forma as crianças é muito simples. E é um ótimo negócio.

Eu pessoalmente não gostaria de ter nascido na época atual. Há amor demais. Desde a hora em que você nasce, te transformam num boneco. Seus pais e avós de imediato começam a corrigir em você seus próprios instintos e complexos. Te alimentam demais. Te levam a um massagista infantil. Te colocam pequenas calças e pequenos casacos adoráveis apesar de você ainda nem saber andar. E se você é menina, furam suas orelhas para colocar argolinhas de ouro, aqueles que a tia Joana tanto quer te dar de presente.

No terceiro aniversário, os brinquedos já não cabem no seu quarto; no sexto, não cabem nem no sótão. Te levam a lojas de roupa infantil, passando por restaurantes e máquinas de jogos. As mamães e avós mais exageradas até dormem contigo na mesma cama até que você tenha 10 anos, até que comece a pegar mal. Ah, e quase esqueci. Um tablet! Uma criança precisa necessariamente ter um tablet. E é desejável que tenha também um iPhone. Porque o Sérgio tem um, a mãe dele comprou, e eu acho que ela nem ganha tanto, ganha menos que você. Até a Tânia da outra sala também tem um, e isso porque ela mora só com a avó.

Antes da escola, de maneira geral, se acaba o "período das bonecas" e de imediato começa o de ’trabalho forçado’. Os pais amorosos se dão conta de que fizeram algo errado. A criança tem sobrepeso, um mau caráter e síndrome de déficit de atenção. Tudo isto é motivo para levar a outro nível o divertido trabalho de ser pai. Esse nível se chama "procure um especialista". Agora com o mesmo entusiasmo te levam a nutricionistas, educadores, neuropsiquiatras, neurologistas e psicólogos. Seus parentes procuram freneticamente algum milagre que permita atingir resultados mágicos revitalizantes sem ter de mudar seu método de criação. Com essas práticas se gasta muito dinheiro, os nervos e muito tempo. O que conseguem? Um resultado nulo.

Também neste período é típica a tentativa de aplicar na criação dos filhos as regras de uma disciplina extremamente dura e uma ética de trabalho. Em vez de realmente cativar o pequeno com algo ou dar-lhe mais liberdade e responsabilidade, os familiares ficam em fila com um chicote nas mãos e com um grito na garganta. Como resultado, a criança aprende a viver sob pressão, forçada a fazer coisas, perdendo a capacidade de se interessar por algo.

Quando a futilidade do esforço se faz evidente, começa a fase da rejeição. Quase todos os pais que até o momento amam demais seus filhos, começam a odiá-los: “Estamos fazendo tudo por você, e você...“. A única diferença é que alguns expressam tal ódio com uma rendição completa enviando o filho a alguma instituição educativa do tipo fechada (escola militar, colégio interno, etc.), enquanto outros gravam na própria mente as palavras ”você é minha cruz“, e vivem o resto da vida com essa ideia.

Conformados com o fato de que não sairá nada de bom do seu querido filho, os pais continuam afetando a personalidade do filho já adulto. Matriculam-no numa universidade privada, subornam os professores, lhe compram casa, carro, etc. Se por natureza a criança não é muito talentosa, esta estratégia inclusive dá resultados mais ou menos perceptíveis:a criança se transforma num ser psicologicamente traumatizado, mas um cidadão bastante decente. Porém, pelas feridas causadas pelo excesso de amor paterno, os filhos pagam com sua saúde, suas almas e suas vidas.

O culto às crianças surgiu em nossa civilização há uns 50 ou 60 anos. E em muitos sentidos, é o mesmo fenômeno artificial do Papai Noel que vemos todos os anos nos comerciais da Coca-Cola. As crianças são a ferramenta mais poderosa para promover o consumismo. Cada centímetro quadrado do corpo de uma criança, sem mencionar os litros cúbicos de sua alma, há muito tempo está dividido entre fabricantes de bens e serviços. Obrigar um ser humano a amar a si mesmo com um amor tão desenfreado, é um desafio moral e ético muito complexo. Mas fazer com que se ame desta forma as crianças é muito simples. E é um ótimo negócio.

Obviamente, isso não quer dizer que antes as crianças não eram amadas. Sim, elas eram amadas, e muito. O que acontece é que antes as famílias não giravam em torno das crianças. Os adultos não queriam ser animadores gratuitos, eles viviam suas vidas naturalmente e conforme os filhos iam crescendo, se envolviam nessa vida normal. As crianças sempre eram amadas, mas todos percebiam que elas eram apenas uma partícula de um universo enorme chamado “nossa família”. Nesse universo há pessoas adultas as quais deve-se respeitar, há menores de idade que se deve proteger, há trabalho a ser feito, há uma fé que nos ajuda e seguir nosso caminho.

Hoje em dia o mercado impõe à sociedade a receita familiar construída ao redor da criança. É uma estratégia derrotada, que existe unicamente para tirar dinheiro dos lares. O mercado não quer que a família se forme de maneira adequada porque assim iria satisfazer suas necessidades por conta própria. E uma família infeliz gosta de expôr seus problemas para que alguém ajude a resolvê-los. Este costume tem sido durante muito tempo a base para que muitas indústrias ganhem milhões de dólares. Pelo ponto de vista do mercado, um pai ideal não é aquele que passa o fim de semana com seu filho, que o leva ao parque para ensiná-lo a andar de bicicleta. O pai ideal é aquele que passa o fim de semana trabalhando em horas extras para ganhar dinheiro e levar o filho para um visita ao parque aquático.

Um provérbio indiano afirma: ”O filho é um convidado em sua casa: alimente-o, eduque-o e deixe-o ir".

Qualquer um pode alimentar, educar é muito mais difícil, mas saber deixá-lo ir pouco a pouco desde os primeiros minutos da vida... isso é amor.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O dia em que tomei consciência

Hoje pela manhã estava procurando alguns vídeos para ver com a pequena. E teve um que me fez refletir profundamente...

Sou designer e durante anos ganhei a vida criando imagens fortes para empresas, trabalhando com conceitos e abstrações, extraindo e inventando significado através de representações de imagens, formas e cores. E hoje, me percebi estranhando um vídeo 'fofo', uma animação para bebês, com uma família negra de protagonistas. Estranhei não a cor da pele da família, mas uma família negra ter bebê conforto, carro, bercinho fofo com móbile (por favor leiam até o final!). Se eu fosse fazer essa animação, eles, de imediato, seriam brancos, ou 'marrom clarinho' para não dar confusão.

Pois é, durante anos critiquei esse movimento de afirmação da identidade negra, enxergava isso mais como uma nova forma de racismo do que qualquer outra coisa. Me sentia excluída dessa luta, afinal não foram poucas as vezes que fui chamada de branquela, ou ouvi algo como 'você fala isso porque é branca'. Mas com esse vídeo, me dei conta que o racismo está muito mais impregnado do que eu imaginava. Em mim, na cultura, na sociedade. Algo que foge da nossa intenção, da nossa vontade.

E aí entendi a luta, entendi a busca por afirmação e oportunidades, entendi que o discurso da igualdade não é suficiente para quebrar paradigmas que muitas vezes nem percebemos que existem, ou que estão ali.

Porque tamanho estranhamento no vídeo? Porque uma família negra tem que ser associada a pobreza? Porque não mostrar um bebezinho e sua família, exatamente como eu e minha filha?

Vale a pena ver!



Vídeo é do Palavra Cantada.




terça-feira, 17 de novembro de 2015

Mamãe que fez

Tô mega orgulhosa do resultado. Deu trabalho fazer os papéis de mãe e organizadora de festas, mas eu estou muito feliz!!!!

1. Escolha do tema

Bem, queria um tema que tivesse algo haver com a Giovanna, já que ela ainda não escolhe. Tinha abelhinha na cabeça, porque ela gosta do bichinho e ri todas as vezes que come no pratinho de abelha... Mas, o tempo foi passando...

Todo mundo quando vê a neném pela primeira vez fala 'nossa que olhão', acho que é porque ela tem olhinhos bem atentos e cílios lindos que realçam seu olhar... Mas a estória do 'olhão', ficou gravada. Um dia fui dar vacina para ela, e tinha uma Magali enorme com uma mamadeira colada na parede. Ela ficou olhando, rindo, e 'conversando' com a figurinha. Falei, filha olha 'o olhão dela', e aí foi feito o link com o tema.

Fui pesquisando, e me apaixonando :) Selecionei várias figurinhas da Turma da Mônica Baby, e fui percebendo que tinha tudo haver com o dia-a-dia da minha pequena: o banho, a comidinha, a mamadeira, o 'pega-pezinho'. Estava escolhido...rs!






2. Referências daqui e dali, criatividade e orçamento apertado

A primeira coisa foi aprovar meu orçamento para a festinha. Uma vez aprovado, e restrito, fui buscar alternativas simples e econômicas, para poder escolher onde valia a pena investir mais um pouquinho. Usei uma mesa que já existe no salão, aproveitei brinquedos dela para decorar a mesa principal, escolhi materiais bem simples e baratos para o painel, reaproveitei latas de leite para fazer lembrancinhas charmosas para os bebês. Dessa forma, economizei bastante com aluguel de itens de decoração, painéis, etc, etc.


3. Lembrancinhas para bebês, crianças e adultos

Para os bebês fiz uns tamborezinhos, forrando as (muitas) latas de leite. Coloquei uma alcinha de material natural e selei com cola quente... Fiquei com medo da cola quente, que perde a aderência quando a superfície é molhada (bebês põe tudo na boca, tudo mesmo), mas funcionou deu super certo. Testei com a minha bebê, deu certo. Outras mamães também disseram que seus filhotinhos gostaram muito.



Não gosto muito de lembrancinhas que usam um montão de papel, para depois jogar fora e não ter nenhum tipo de vínculo. Preferi optar por algo que tivesse uso de alguma forma. Para crianças maiores, comprei uns 'porta moedas' da Turma da Mônica e uns adesivos da Turminha Baby. Deu certo, mas o que teve de adulto pedindo, não está no Gibi. 


Para os adultos e para os maiorzinhos, fiz uma coleção de ímas. Um pouco de leveza e alegria para o dia-a-dia. É muito gostoso quando alguém manda uma mensagem ou uma foto mostrando que essa lembrancinha foi para sua mesa de trabalho. Bingo!


Bem, meu marido já começou a dizer 'no ano que vem compramos um bolo pronto e chamamos a família... rs Vamos ver, ainda tem muita coisa pela frente. Eu me diverti muito!














segunda-feira, 9 de novembro de 2015

E quando os adultos viram crianças?




Ontem foi a festinha de um ano da nossa neném. Escolhi um tema fofinho, e tudo foi preparado com muito carinho. Simplicidade, alegria e uma pitadinha de humor para comemorar esse dia tão especial! Foi lindo, mas observei algumas coisas, que achei melhor registrar, antes que se percam na minha memória, ou na minha falta de memória.

Fiquei surpresa com o comportamento dos adultos, especialmente com o 'envolvimento' dos adultos com o tema, foi lindo! A grande parte dos convidados eram de uma mesma geração, com idades entre 27 e 38 anos. Curiosamente, ficou muito claro que todos temos uma relação afetiva muito grande com a Turma da Mônica, seja nas histórias, seja nos Almanacões de Férias, eu particularmente adorava colorir os almanaques. Parece que todos viraram crianças. Isso foi emocionante! Olha o que vi:

1. Vi crianças se segurando, como adultos, para esperar o parabéns para pegar doces. Vi adultos avançando na mesa de doces, como crianças.

2. Chamei atenção de criança que pegou a lembrancinha antes da hora. Fiquei sem graça de chamar atenção de adulto que pegou lembrancinha antes da hora.

3. Vibrei com os sorrisos dos adultos com o tema da festa escolhido.

4. Acabou a festa, um grupo de amigos ajudou a guardar as cadeiras, até um dos meninos ver uma bola. O brinquedo, que foi usado na decoração, e que na minha cabeça poderia dar para algumas das crianças que pedisse, virou 'bola de chutar'. Chutar com força, na parede, no teto de gesso, no vidro da porta, sem jeito... Pois é, por mais que os homens tenham se divertido horrores nesse bate-bola (o mais novo tem 28 anos), fiquei sem graça de chamar atenção dos 'meninos'.

5. Adorei ver as pessoas escolhendo e rindo muito com as lembrancinhas feitas para adultos (ímas).

6. As crianças pediram para levar um balão, achei o máximo!

7. Os adultos, os mesmos do final da festa, tiraram foto, brincaram como se estivessem no filme UP e... levaram os balões para casa.

Os ímas! Sucesso entre os adultos...rs